31 de jul. de 2020

Artigo: Chance Verde


Por David Feffer, Presidente do Conselho de Administração da Suzano
Estamos vivendo algo nunca imaginado: mudamos a forma de trabalhar, de conviver, de consumir e de nos relacionar. Sabemos como entramos, mas não como sairemos. O que será daqui para frente? Ninguém tem como prever e a maioria dos caminhos indicados é repleta de “achismos bem fundamentados” – a realidade será muito diferente do que podemos prever. O que percebemos é que sem as adversidades não tem evolução: aprendemos coisas novas, quebramos paradigmas e passamos a ver (e viver) o futuro de uma forma diferente.

Enquanto fomos obrigados a ficar em casa, a paisagem lá fora também mudou. A natureza se revigorou, voltamos a ver pássaros pela janela, águas mais limpas, menos poluição nos centros urbanos e notamos uma necessidade humana de se aproximar do “natural” durante esse período. Essa tendência traz nossa atenção novamente para um debate importantíssimo e que muitas vezes fica de lado: a questão climática. O tema, há muito tempo, deixou de ser pauta exclusiva de ONGs e ativistas, passou a também fazer parte da agenda de grandes empresas e tornou-se um dos principais desafios do mercado financeiro. E o Brasil, nação que possui a maior cobertura de florestas tropicais do mundo, está no centro dessa discussão.

Há poucos dias, um grupo de grandes investidores de nove países, que administram um patrimônio de 4,1 trilhões de dólares, endereçaram uma carta a embaixadores brasileiros para discutir a política ambiental do Brasil. É uma mudança de atitude: antes, a pressão era sobre as empresas – agora, passou a ser também sobre governos. Esse pedido de diálogo mostra que as questões ambientais passaram a ser cada vez mais um elemento importante nas decisões de consumo e investimentos nos últimos anos. A tendência é a busca por iniciativas sustentáveis – que gerem lucros e que priorizem também a preservação, restauração ambiental e prosperidade social.

Há muito o que se fazer e esse é o momento de nos comprometermos com o futuro. Temos uma oportunidade única de nos tornarmos referência no chamado “capitalismo de stakeholders”. É a nossa chance de mostrar que não existe preservação “OU” crescimento. Precisamos defender e promover o “E” para sermos ambidestros e capazes de fazermos ambas as coisas ao mesmo tempo: crescer, desenvolver “E” proteger o meio ambiente!

Nosso território possui a maior biodiversidade do mundo, o que requer muita responsabilidade. Se preservarmos, restaurarmos e fizermos as coisas certas, conseguiremos ser um polo de captação de recursos para cuidar do nosso próprio País e do futuro da nossa espécie, criando um ótimo negócio para nós brasileiros, para nossa economia, para a sociedade e para todo o planeta!

Acredito muito na “Marca Brasil” tendo o nosso País como líder mundial no desenvolvimento sustentável. Nossa floresta, que nos foi dada “de presente”, deve ser cuidada e preservada. Trata-se de um ativo ambiental importantíssimo com enorme potencial de desenvolvimento econômico. É fundamental o entendimento de que a preservação, além de uma questão de sobrevivência, também é um importante fator econômico. O mercado de títulos verdes é uma oportunidade que o Brasil precisa aproveitar. Os Green Bonds, como são conhecidos, são emissões de dívida para financiamento de projetos com benefícios ambientais mensuráveis, auditados e monitorados por organizações independentes. Os investimentos podem ser em energia renovável, eficiência energética, controle de poluição, conservação da biodiversidade, transporte limpo, entre outros.

Estamos acompanhando recentemente que tanto a oferta desses títulos quanto o interesse do mercado em financiá-los estão em alta nos cenários nacional e internacional – seja através do envolvimento de empresas com compromissos socioambientais ou fundos de investimentos. Segundo a Climate Bonds Initiative (CBI), o mercado brasileiro de títulos verdes atingiu 1,2 bilhão de dólares em 2019 e, certamente, ainda há muito espaço para crescer.

O carbono pode ser a moeda do mercado financeiro internacional nos próximos anos. Portanto, temos o desafio de aprimorar esse mercado no Brasil. Para se ter uma ideia, somente o bioma amazônico poderia render ao país US$ 10 bilhões por ano. Hoje, o processo de geração de crédito (MDL) leva cerca de dois anos, portanto super moroso, burocrático e caro. Se o mercado fosse regulamentado no Brasil, ou se houvesse um mercado voluntário pujante, teríamos mecanismos específicos para a realidade do nosso País, ampliando o volume de transações e potencializando a competitividade dos atores menos intensivos em carbono. Paralelamente a isso, o firmamento de acordos multilaterais e uma participação mais ativa do Brasil em mercados internacionais podem, também, contribuir para alavancar essa agenda ambientalmente positiva. 

Para isso, precisamos de envolvimento E comprometimento da sociedade, do setor privado E público. Enquanto cidadãos, é nosso dever fiscalizar e, principalmente, estarmos envolvidos na causa. Das empresas, esperamos a associação do lucro com o desenvolvimento sustentável. Dos governos, o law enforcement adequado e eficaz, permanente e com informação transparente e ampla, pois já possuímos, de forma geral, políticas públicas e marcos regulatórios consistentes e alinhados com as melhores práticas de preservação do mundo.
A pandemia de COVID-19 nos tirou da zona de conforto para propor reflexões importantes sobre o que valorizamos, assim como a forma que nos relacionamos com o mundo. O Brasil tem potencial de se posicionar na vanguarda da proteção ambiental, pois a nova era econômica certamente será orientada ao meio ambiente e ao combate ao aquecimento global. É a nossa chance verde de liderar a renovação importante e urgente que o planeta tanto precisa, pavimentando, assim, um futuro sustentável para as próximas gerações.
Assessoria de Imprensa Suzano Imperatriz

Motoimp 2020 é cancelado



A 6ª edição do Encontro Nacional de Motociclismo de Imperatriz aconteceria entre os dias 04 e 07 de setembro.
Considerado o maior evento motociclístico do Estado do Maranhão, o Motoimp 2020 foi cancelado. A sexta edição aconteceria nos dias 04, 05, 06 e 07 de setembro, estava com o planejamento bastante adiantado, mas diante dos impactos da pandemia do covid-19 e das inúmeras incertezas, a organização decidiu por cancelar o encontro deste ano.
Os organizadores lamentam a não realização da grande festa que se tornou tradição nos últimos cinco anos em Imperatriz e explicam os motivos do cancelamento.
“Hoje, 27 de julho é o DIA DO MOTOCICLISTA, data em que tradicionalmente estaríamos lançando mais uma edição do Encontro Nacional de Motociclismo de Imperatriz – Motoimp.
Infelizmente vivemos um momento de paralisia e dúvidas, portanto é com enorme tristeza, que anunciamos o CANCELAMENTO do Motoimp 2020.
Somos apaixonados pelo estilo de vida sobre duas rodas e a liberdade nunca teve tanta importância como agora, principalmente por se tratar de MOTO, um veículo que aproxima as pessoas, serve para trabalhar, passear, viajar, viver intensamente e inspira a criação de milhares de moto clubes por todo o país. A situação imposta pelo coronavírus, nos afastou dessa convivência e de forma imprevisível alterou drasticamente a realidade da saúde e economia mundiais, o que fez nos atentarmos para nossa responsabilidade, como organizadores de um evento tão grande.
Mesmo tendo sido reduzidas as normas de isolamento, decidimos zelar pela integridade de nossos visitantes/participantes e manter as determinações das autoridades, enquanto não houver mudança nesse quadro de embate à doença.
Não possuímos arrecadação financeira, dependemos exclusivamente do apoio dos poderes públicos e das empresas locais para a realização do Motoimp. Todos estes passaram por redução extrema em suas arrecadações, ainda tendo que cobrir gastos com o enfrentamento à pandemia. Com a crise econômica gerada, os empresários que nos auxiliam estão em situação delicada, o que torna o momento confuso, imprevisível e força muitos desses apoiadores a não estarem conosco.
Necessitamos de uma organização prévia, o que vinha sendo feito desde o ano passado. A programação, o planejamento que envolve a liberação do local, criação de artes, confecções de materiais, agenda com bandas, reservas, contratação de serviços, patrocínios, licenças, autorizações, as decisões administrativas e soluções burocráticas, expositores, parceiros comerciais e contatos com moto clubes estavam bem antecipados, quando fomos pegos de surpresa pela quarentena e pelo avassalador impacto do vírus.
O Motoimp traz motociclistas de vários estados, aquece a economia formal e informal, movimenta o turismo que é ligado a restaurantes, bares, hotéis e muitos outros seguimentos que atendem o evento nesse período, mas estes só vem prestigiar o encontro, tendo antes um planejamento. A esses milhares de irmãos no motociclismo, devemos um grande respeito, não podemos correr o risco de haver uma proibição, ou embargo de última hora e fazer com que momentos de alegria únicos, se transformem em um imenso transtorno. Realizar uma versão “on-line” também se tornaria sem sentido, pois a essência do encontro é a vinda, a reunião, a irmandade e a confraternização.
A decisão pelo CANCELAMENTO do Motoimp 2020 foi baseada nos motivos apresentados e por entendermos que a hora é de preservar tudo que foi construído até aqui, ao longo de cinco anos. Esperamos que o cenário mude e que possamos retornar ano que vem, fortalecidos e agradecidos pelo dom da vida, para realizarmos um encontro que gere uma experiência extraordinário para todos. Nos encontramos em 2021 se Deus assim permitir.”
Assessoria Motoimp