1 de ago. de 2025

Fósseis de dinossauro encontrado em Davinópolis retornam para o Maranhão com apoio técnico da UFMA


A Universidade Federal do Maranhão (UFMA) está entre as instituições que acompanharam o retorno para o Maranhão dos fósseis de um dinossauro encontrado na cidade de Davinópolis. No primeiro momento, o material estava sob a responsabilidade da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (UNIFESSPA).

A peça, que pertence a uma espécie herbívora ainda não descrita pela ciência, foi descoberta em abril de 2021, durante obras de terraplenagem para a construção de um terminal ferroviário. A escavação, limpeza, remontagem e os primeiros estudos foram realizados pelo paleontólogo e, na época, professor da UNIFESSPA, Elver Luiz Mayer. A pesquisa foi realizada no Pará pela proximidade geográfica dos achados e da instituição.

De acordo com a Lei de Proteção ao Patrimônio Fossilífero, um fóssil é patrimônio da União e pode ser mantido sob a guarda de qualquer instituição federal, estadual ou municipal dentro do território brasileiro.

Apesar de ter sido coordenado pelo pesquisador Elver Mayer, o professor da UFMA e paleontólogo Manuel Alfredo Medeiros, fez parte do estudo e foi um dos responsáveis pelo translado dos fósseis de São Félix do Xingu, no Pará, até São Luís, Maranhão. O material está alocado no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão (CPHNAMA).

“A minha participação se justifica por eu ser o paleontólogo da UFMA que está mais atuante nessa parte de coleta e estudo de fósseis no Maranhão. Esse dinossauro faz parte de uma comunidade biológica que era ecologicamente integrada e que viveu aqui entre 113 e 97 milhões de anos atrás”, explica Manuel Alfredo.

O professor responsável pela pesquisa, Elver Mayer, enfatiza que trazer os fósseis para o Maranhão garante maior acesso público e científico, além de fortalecer a pesquisa por meio da parceria com a UFMA.  “A importância de levar os fósseis de volta ao Maranhão reside no fato de que lá eles estarão acessíveis ao público em geral e a outros pesquisadores, ao contrário do que seria se permanecessem no interior do Pará, onde eu trabalhava anteriormente. Além disso, estarão mais próximos do local de origem, Davinópolis, e em uma instituição consagrada pelo trabalho com Paleontologia. A parceria com a UFMA, por meio do professor Manuel Alfredo, foi fundamental para a pesquisa porque ele e sua equipe dispõem de grande experiência profissional no que se refere aos fósseis do Maranhão”, frisa.

Para viabilizar o translado dos fósseis, as instituições contaram com o apoio da empresa de papel e celulose Suzano, que financiou a remoção para São Luís.

A gerente de Relações Corporativas da Suzano, Rakel Murad, destaca que a parceria público-privada reforça o compromisso de todos com a sustentabilidade, a ciência e a preservação do patrimônio maranhense. "Temos na Suzano um forte compromisso com o desenvolvimento sustentável, a valorização do conhecimento científico e a preservação do patrimônio natural e cultural. Apoiar iniciativas como essa, que promovem a ciência, a educação e o patrimônio do Maranhão, está totalmente alinhado ao nosso propósito de gerar impacto positivo na sociedade. A logística desse transporte representa uma contribuição concreta para o avanço do conhecimento e a preservação da história natural da nossa região", salienta.

Nova espécie de dinossauro

A nova espécie de dinossauro identificada em Davinópolis, Maranhão, possui cerca de 100 milhões de anos e é o maior já descoberto no estado, com cerca de 18 metros de comprimento. Os fósseis revelam a existência de uma grande comunidade biológica na região durante o Período Cretáceo. 

Entre os principais achados dessa fauna, em várias localidades do Maranhão (Davinópolis, Coroatá, Cajapió, Santa Rita, Duque Bacelar, Alcântara e São Luís), estão restos de dinossauros herbívoros e carnívoros, crocodilos, répteis voadores, como os pterossauros, além de inúmeros peixes, tartarugas e vestígios de formas vegetais antigas, incluindo coníferas, samambaias arborescentes e equisetos.

A pesquisa realizada pelos professores já resultou na elaboração de um artigo científico, com previsão de publicação para o segundo semestre de 2025. De acordo com o professor Manuel Alfredo, além de contribuir para a visibilidade da UFMA no cenário acadêmico, os dados coletados também reforçam o ensino da Paleontologia, sendo incorporados diretamente nas disciplinas da área.

“Isso conta ponto para a UFMA, pois a coloca em evidência. Na parte de ensino, essas informações são incorporadas não só aqui, entram também em outras instituições do mundo todo que estudam a Paleontologia. Quando você publica uma pesquisa sobre um fóssil com essa importância, alcança níveis internacionais, pois são achados de interesse internacional”, pontua o professor Manuel Alfredo.

Elver Mayer salienta que a descoberta é relevante porque revela fósseis de dinossauros gigantes de uma fase intermediária do Cretáceo, pouco conhecida na Paleontologia brasileira. “Para a Paleontologia brasileira é importante porque amplia nosso conhecimento sobre a diversidade biológica pré-histórica de um intervalo do tempo geológico diferente daqueles conhecidos para outros dinossauros gigantes já descritos com base em fósseis brasileiros. Os fósseis geralmente são do início e fim do período Cretáceo, esses fósseis são do "meio" do Cretáceo”, explica o pesquisador e professor Elver Mayer.

Os fósseis já estão no Maranhão e estarão acessíveis ao público no salão de exposição do Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão (CPHNAMA) por alguns dias, antes de serem definitivamente incorporados à sala de coleção.

O Museu fica localizado na Rua do Giz, 59, no Centro Histórico de São Luís, Maranhão.

Estão abertas as inscrições para a 5ª edição do processo seletivo de trainees exclusivamente para pessoas negras

 



As inscrições para a quinta edição do Programa de Trainee da Yduqs, exclusivo para pessoas negras (pretas e pardas), já estão disponíveis. Premiado na categoria de promoção da educação, capacitação e desenvolvimento de pessoas negras e indígenas, do Movimento “Raça é prioridade”, promovido pelo Pacto Global da ONU, o programa destaca-se como um dos mais completos aceleradores de carreira, identificando, formando e desenvolvendo esses profissionais para todo o setor educacional do país. As inscrições para o Trainee Yduqs 2026 poderão ser realizadas até o dia 31 de agosto de 2025, no site https://traineeyduqs.gupy.io/.

O programa é destinado a concluintes ou recém-formados, entre dezembro de 2022 e dezembro de 2025, de qualquer área de formação e região do Brasil, desde que tenham mobilidade e disponibilidade para residir no Rio de Janeiro. Além disso, a iniciativa contribui para ampliar a diversidade racial no quadro de colaboradores da Yduqs, uma das maiores organizações do setor de educação do país.

Renata Vilela Mendonça, diretora de Gente da Yduqs, destaca a importância de iniciativas de inclusão que contribuam positivamente para o crescimento das empresas. “Nosso programa de trainee exclusivo para negros vem obtendo destaque no mercado e o reconhecimento de diversas outras organizações. Temos um programa maduro, que demonstra que estamos no caminho certo e reafirma o nosso compromisso com a diversidade e inclusão”.

O processo seletivo avaliará a capacidade analítica e as habilidades comportamentais dos candidatos, sem a necessidade de conhecimento de inglês. Ao longo de 12 meses, o programa proporciona oportunidades significativas de desenvolvimento profissional por meio de uma imersão intensiva nas instituições de ensino e no ambiente corporativo, com o apoio especializado da área de Desenvolvimento Organizacional. Após a contratação, os trainees poderão ser direcionados para posições estratégicas na organização, além de receberem um salário compatível com o mercado, plano de saúde e odontológico, entre outros benefícios.

O Trainee Yduqs 2026 faz parte de um grande projeto de diversidade da companhia que atua em prol da promoção de igualdade racial também por meio das instituições de ensino superior do Ibmec, da Wyden, da Estácio e das unidades que compõem o Instituto de Educação Médica – IDOMED.

Representatividade e mercado de trabalho

Segundo o IBGE, quando se avalia o mercado de trabalho, somente 30% das pessoas pretas ou pardas conseguem ocupar cargos de analista ou especialista. Programas como o da Yduqs contribuem, portanto, para que esses profissionais avancem mais um degrau e ocupem cargos mais altos nas empresas futuramente.

Leoni Duarte, bacharel em Administração, encontrou um ambiente em que se sentiu representado. “Eu queria encontrar um programa que me representasse, no qual eu tivesse lugar de fala e com o qual me identificasse. Quando entrei, me senti livre para expressar minhas opiniões e me comunicar. Foi confortante ver pessoas com a mesma tonalidade de pele que a minha. É um programa que abriu meus horizontes e que me deu a chance de transformar a história de outras pessoas.”

Para Rayanne Araújo, que cursou Análise e Desenvolvimento de Sistemas, a motivação para se inscrever no programa foi a possibilidade de acelerar sua carreira. Já Hugo Braga, relações públicas, que conseguiu entrar no processo seletivo na segunda tentativa e deixou a Bahia para morar no Rio de Janeiro, está feliz e ansioso para viver esse novo desafio - já está vivendo. Ao todo, a turma de 2025 possui 11 integrantes de diversos estados do país.

Serviço:

Quinta edição do Programa Trainee (exclusivo para pessoas que se autodeclaram pretas e pardas).

Inscrições até o dia 31 de agosto por meio do link: https://traineeyduqs.gupy.io/.