Por meio do Climate Action Project, mais de um milhão de jovens, em seis continentes, estudam os problemas mundiais e locais relacionados às mudanças climáticas, com o objetivo de encontrar soluções e “colocar a mão na massa” para melhorar o planeta. Para isso, alunos de 143 países interagem para troca de ideias e constatações.
O Climate Action Project é realizado há cinco anos no mundo todo com apoio de cientistas, figuras públicas renomadas e entidades como Greenpeace, ONU, WWF e National Geographic. O projeto começou, simultaneamente, em todos os países envolvidos, no dia 27 de setembro, e tem a duração de seis semanas. Na primeira delas, os alunos estudaram o que são as mudanças climáticas e anotaram as causas dos problemas das cidades onde moram. Na segunda semana, eles aprenderam sobre os efeitos das mudanças climáticas localmente. A semana três também buscou causas e efeitos, porém, de forma global. Para isso, eles se conectam com estudantes de outros países para debaterem os temas.
Na semana quatro, eles discutem as soluções para os problemas que detectaram nos contatos anteriores. Na semana de 25 de outubro, com interações on-line, os alunos analisam as soluções encontradas com outros estudantes, além de participarem de webinars com experts no assunto. Nos sete dias finais, é hora de colocar em ação o que constataram e entenderam como parte da mudança. Cada semana é encerrada com um vídeo com os trabalhos desenvolvidos, produzido pelos alunos e enviado às turmas de outros países.
Botando a mão na massa
Ana Paula Teixeira, coordenadora do Ensino Bilíngue do CIPP - Centro de Inovação Pedagógica, Pesquisa e Desenvolvimento do Colégio Positivo e facilitadora do Climate Action Project nas escolas da rede, conta que é o segundo ano que seus alunos participam do projeto – e avalia que é uma experiência única, não só do ponto de vista do aprendizado, mas também, do enriquecimento cultural dos jovens e crianças que participam. “Sempre foi nosso desejo despertar nos alunos essa consciência multicultural, porém, indo além de celebrações e datas importantes de outros países. Essa troca sobre experiências climáticas com alunos estrangeiros os coloca em outro patamar de conhecimento internacional. Eles aprendem a se colocar no lugar dos outros, a ver o problema por outras perspectivas. Sem contar o desenvolvimento do Inglês. E esse aspecto nos surpreendeu porque, além da comunicação em si, eles têm usado fluentemente termos relacionados ao meio ambiente na conversação”, diz a professora.
Camila Bombonato, professora e assessora do Ensino Bilíngue nos anos iniciais no CIPP, conta que, na edição anterior, os alunos brasileiros presenciaram algumas descobertas ambientais interessantes de outros países. "Na Índia, por exemplo, os alunos relataram que não existem mais vagalumes onde moram. Sem contar que a poluição do ar é tão grande que não se enxerga nada quando há nevoeiro. Já na Espanha, uma turma comentou que, em certa época do ano, sempre aparecia na cidade uma espécie de pássaro de outro país, que sumiu. E isso se tornou um marco ambiental para os jovens espanhóis, que entendem que a ausência do pássaro é resultado de algum desequilíbrio climático. Na Sérvia, a percepção foi inversa. Os alunos disseram que os brasileiros possuem coisas que lá não tem, como queimada de florestas. No entanto, na Sérvia, uma vez por ano, há inundação de um rio, que força as pessoas a esvaziar a cidade", relata.
Nenhum comentário:
Postar um comentário