Além da flutuação do preço dos combustíveis, que impacta diretamente o setor de transportes e indiretamente outros setores da economia, a qualidade do óleo diesel consumido pelos brasileiros ficou ainda pior em fevereiro. O mais recente boletim do Programa de Monitoramento da Qualidade dos Combustíveis (PMQC) revelou que o nível de não conformidade do produto fechou o segundo mês do ano perto dos 6,3%. É mais do que o dobro dos 3,1% registrados em janeiro e o pior mês em dois anos e meio de pesquisas.
Em julho de 2018, o indicador de percentual de amostras de diesel reprovadas pelos laboratórios que formam a rede do PMQC superou os 7,4%. Num histórico que vem desde janeiro de 2008 – quando a adição de biodiesel se tornou obrigatória no Brasil –, fevereiro de 2021 ocupa a quarta posição. Isso se deve ao fato de o Brasil ter uma das mais rigorosas legislações para qualidade de refino do petróleo, que dá origem ao diesel e à gasolina, e também para a produção do biodiesel e do etanol.
Especialistas apontam que a piora na qualidade do óleo diesel se deve à falta de boas práticas. “O consumidor do óleo diesel, em toda sua cadeia, precisa realizar pequenas rotinas que evitam a degradação do combustível”, explica Gilles Laurent Grimberg , CEO da Actioil Latin America, que está lançando uma plataforma de EAD pioneira, que irá capacitar gratuitamente profissionais da área de combustíveis, com aulas técnicas sobre gestão, manuseio e tratamento químico do diesel e biodiesel, além de promover estudos dos processos de degradação, composição dos combustíveis, influência nos motores e seu caminho desde o tanque do veículo ou equipamento até o escapamento e suas emissões.
Em 2019, a AEA – Associação Brasileira de Engenharia Automotiva, preocupada com os problemas ligados à degradação do Diesel, lançou uma cartilha orientando o mercado sobre como evitar problemas de degradação e, consequentemente, garantir a qualidade do Diesel/Biodiesel, seguindo as boas práticas contidas na cartilha.
O setor agrícola, que utiliza tratores, colheitadeiras e outros equipamentos movidos à diesel e biodiesel, e o de geradores - utilizados em hospitais, condomínios e hotéis - são as duas áreas que mais utilizam esse conceito e investem no tratamento do diesel, superando os cuidados do setor de transporte urbano e rodoviário.
PERDAS FINANCEIRAS
Estudos realizados em campo já consideram que se perde algo em torno de 1% a 1,5% do diesel adquirido por conta da degradação. Isso corresponde a R$ 0,030 a R$ 0,045 por litro de óleo diesel. Ou seja, um consumidor de 1 milhão de litros, pode perder em torno de R$ 45 mil por degradação. “Isso sem contar o risco de aumentar o prejuízo pelos problemas extras, como troca precoce de filtros, problemas em bicos injetores ou bombas injetoras”, ressalta Grimberg, lembrando que os motores, para atender normas cada vez mais exigentes de emissões, têm grande dificuldade de operar quando o diesel se degrada e fica fora de especificação.
Segundo ele, “somente com desenvolvimento maciço das boas práticas, com treinamentos contínuos, será possível minimizar os problemas de degradação do óleo diesel, que tanto afetam a qualidade e geram despesas e custos altíssimos de manutenção, perda de potência e consequente aumento do consumo”.
Com este objetivo no DNA da empresa, é que a Actioil lançou neste mês a plataforma de Ensino a Distância, uma ferramenta educacional que vem crescendo de importância no mundo todo, com grande aceleração durante a pandemia. Com o EAD, o aluno pode assistir às aulas em qualquer lugar ou horário, por meio de computador, tablet ou até mesmo através de seu celular. A metodologia já está presente na graduação, pós-graduação e em cursos livres de todas as especialidades.
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