Por não serem considerados medicamentos, as vendas de suplementos vitamínicos não exigem prescrição médica nas farmácias. Ainda assim, o cuidado deve ser o mesmo. O consumo sem orientação profissional pode levar a equívocos e exageros. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) registrou 240 notificações de problemas relacionados a suplementos vitamínicos desde o ano passado, sendo 28% deles de efeitos graves. Além disso, muitos anúncios são irregulares: mais de 62 mil deles já foram retirados da internet.
A nutricionista e professora do curso de Nutrição da UniFacimp Wyden, Bárbara Soares, ressalta: “Apesar de as vitaminas serem essenciais para o bom funcionamento do organismo, o excesso pode ser prejudicial. Esse exagero se chama hipervitaminose. O risco é maior quando há uso indiscriminado de suplementos, já que dificilmente a alimentação sozinha causa excesso”, explica a especialista.
SINAIS E CUIDADOS
O maior risco de hipervitaminose está nas vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K). Em vez de serem eliminadas facilmente pela urina, elas se acumulam no fígado e no tecido adiposo. Bárbara explica que os sinais do excesso de vitaminas variam conforme a substância envolvida, mas existem alguns alertas gerais e específicos, como náuseas, vômitos, diarreia, dor de cabeça, fadiga excessiva, tontura, alterações na pele (ressecamento, coceira, descamação), dores musculares ou articulares e mudanças no apetite e no peso.
Ainda segundo a professora da UniFacimp Wyden, o uso de suplementos vitamínicos deve ser tratado como um cuidado de saúde, de forma similar à que se faz com um remédio, por exemplo. A especialista alerta que o autoconsumo de vitaminas é bastante comum, mas pode trazer riscos sérios sem acompanhamento adequado.
“O acompanhamento seguro deve ser feito mediante consulta com um profissional capacitado, como médico ou nutricionista. Eles realizam uma avaliação inicial, investigando sintomas, histórico de saúde, doenças associadas e até medicamentos em uso, já que muitos interagem com vitaminas. Também analisam exames laboratoriais, verificam níveis sanguíneos das principais vitaminas e minerais e, somente depois disso, ajustam a dose conforme a necessidade real”, completa a docente.
Embora os suplementos possam ser úteis em alguns casos para repor carências nutricionais, a prioridade deve ser sempre corrigir deficiências com uma alimentação balanceada. “Os suplementos devem entrar como complemento, não como substituto”, finaliza a nutricionista, reforçando a importância de priorizar alimentos como frutas, vegetais, leguminosas (como feijão e ervilha), cereais integrais, carnes e ovos, que são fontes ricas de vitaminas.

Nenhum comentário:
Postar um comentário