20 de ago. de 2022

Como anda o seu coração?

 


A garantia da vida é sustentada por cada batimento cardíaco, mas com uma rotina agitada entre trabalho, afazeres domésticos, estudos, filhos, cuidar da saúde tem ficado em um plano um pouco mais distante para muitas pessoas. Para se ter uma ideia, em 2021, mais de 230 mil brasileiros morreram por doenças cardiovasculares, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).  

São pequenas atitudes, ou melhor, movimentos no dia a dia que podem fazer diferença na saúde e prevenir surpresas desagradáveis. Para entendermos melhor o processo de funcionamento do coração, conversamos com três especialistas de diferentes áreas, que explicam como é possível ter uma vida mais saudável.  

O cardiologista e professor de medicina da Faculdade de Açailândia (IDOMED FAMEAC), Pablo Germano, esclarece que sintomas como dor no peito, cansaço ao fazer pequenos esforços, palpitações e inchaço nas pernas podem ser sinais de alerta.  

“Entre as doenças destacamos a hipertensão arterial sistêmica, que tem um forte fator genético envolvido. Obesidade e ingestão de sódio exagerado podem predispor a essa doença. Outra muito comum é a doença arterial coronariana aguda, que em vários casos desencadeia infarto. Para evitar, é preciso levar uma vida saudável e manter uma alimentação equilibrada, além de praticar exercícios físicos e evitar o tabagismo”, destacou Pablo Germano.  

E por falar em alimentação, de acordo com a nutricionista e professora do curso de Nutrição da FACIMP WYDEN, Thalita Almeida, o que comemos pode ter influência direta no aparecimento ou não de doenças cardíacas. “Uma alimentação equilibrada, rica em antioxidantes, é um fator de prevenção importante para o surgimento dessas doenças”, pontuou.  

Alimentos indicados  

Thalita enumera alguns alimentos que exercem fator protetor. “Na lista temos os peixes de águas profundas, que são ricos em ômega 3 e as uvas vermelhas, pois as antocianinas e os antioxidantes presentes na fruta também tem fator protetor a essas enfermidades. A utilização do azeite de oliva para fazer preparos quentes e azeite de oliva extravirgem para temperos de saladas”.  

Contraindicações  

Alimentos que são ricos em gordura trans são os maiores inimigos do coração. “As gorduras trans foram criadas para dar palatabilidade maior aos alimentos, principalmente nos industrializados como, por exemplo, a margarina, biscoito recheado e macarrão instantâneo. Outro alimento que é muito importante ser evitado é a bebida alcoólica, que parece aumentar o fator inflamatório da própria doença pré-existente”, finalizou a nutricionista.  

Atividades que podem prevenir problemas cardíacos  

“É indicado que um indivíduo participe de um programa de atividades aeróbicas (como andar, correr, pedalar, nadar, dentre outras) somado a um programa de fortalecimento muscular (musculação, por exemplo) para melhorar a saúde cardiovascular. Não existe uma ou outra atividade melhor para o coração”, explicou o professor do curso de Educação Física da Estácio São Luís, Raphael Marques.  

Lembrando que, exercícios em excesso também são prejudiciais em qualquer ocasião. “A recomendação é que se pratique exercícios moderados pelo menos 150 minutos por semana. Esse é o valor mínimo recomendado, porém, já causa grande efeito na melhora da saúde cardiovascular”, acrescentou o professor.  

Ajuda profissional  

De acordo com o médico cardiologista, a consulta de rotina é fundamental, pois existem algumas doenças que são assintomáticas ou produzem sintomas leves como, por exemplo, a hipertensão arterial sistêmica e a diabetes mellitus.  

Antes de iniciar uma atividade física, também é indicado uma consulta de rotina para avaliação. O objetivo é saber se há riscos de doenças cardíacas e caso seja necessário, o profissional solicita exames mais específicos.   

É importante ressaltar que, dormir pouco e ter uma vida agitada impactam na produção de alguns hormônios no organismo como, por exemplo, a leptina e grelina, que são relacionados à saciedade, fome e gasto energético. A alteração na produção desses hormônios pode causar obesidade e, consequentemente, desencadear problemas cardiovasculares como AVC ou até uma doença coronariana aguda.

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